O começo.



Essas 8 criaturinhas movem meu dia a dia. De cima para baixo, esquerda para a direita: Beethoven, Bóris, Frida, Jujuba, Frederico, Zóio, Tutu e Nina (minha primogênita). 
São eles que me divertem, me fazem companhia e inundam meu coração com sua bondade, seu amor, sua lealdade. 
Cada um veio num momento diferente, mas afora a Frida, todos foram recolhidos das ruas ou resgatados de alguma situação ou de alguém. 
Começou com a Nina. Sempre amei os pretuxos, mas nunca os tivemos em casa. Um colega de trabalho me avisou que havia uma ninhada de perdidinhos próximo à sua casa e que estaria recolhendo para doação. Quando o visitei, avistei primeiro um sialatinha, minha primeira opção. Porém, era machinho e haviam outros interessados. Os outros gatinhos da ninhada eram muito pequenininhos e pela experiência percebi que não sobreviveriam sem a mãe, o que de fato aconteceu. Até então, a Nina estava escondida, longe da ninhada. Quando a vi, a decisão foi rápida. Veio para casa comigo, desde pequenininha muito rabugenta, como se tudo o que fosse "de humanos" a incomodasse. Poucos humanos a agradam plenamente, minha mãe era sua preferida e eu estou em segundo lugar até hoje. Temos uma relação de amor e respeito e Nina só se irrita muito quando aperto e digo que a amo em excesso, o que acontece com certa frequência rsrsr...
Estávamos em sintonia, morando num pequeno apartamento, quando deparei com a Tutu. Ia para o trabalho à pé e avistei a pequena na vizinhança. Pensei que fosse de algum morador, fiz alguns agrados mas tentei não me apegar. Um sábado, por sinal aniversário da minha mãe, ela estava apanhando de dois cães enormes. Coloquei os dois para correr e resgatei sem pensar muito no que estava fazendo, afinal de contas, um gato e um cachorro num apartamento não seria boa coisa... 
No fim das contas, Tutu e Nina viraram amigas. Dormiam juntas, dividiam o sofá da sala e o meu amor por aquelas criaturas tão diferentes e tão companheiras... atualmente a Nina "cuida" do meu pai e da minha irmã, prefere não ter que dividir espaço com (humpf!...) aqueles cães e gatos da casa da mamãe. 
Quando minha mãe sofreu o segundo AVC, retornei para a cidade onde morava, a fim de cuidar mais dela. Foi quando o Bóris entrou para a família. Uma conhecida não se adaptou à personalidade forte dele e acabei adotando. Com altos e baixos, saúde debilitada e um humor bi (tri) polar, o Bóris é um velhinho totalmente mais calmo hoje em dia... não se estressa mais com os meus apertos e amassos, tolera os demais familiares e vivemos "de boas". Ele só não gosta da Cica e do rapaz que entrega o gás. De resto, ok. 
O Bee veio de uma situação estranha. Uma grande amiga, protetora, postou a foto dele no facebook. Quando vi a foto, meu coração disparou, senti um tipo de saudade, uma dor, sei lá... foi intenso, muito, muito forte. Pedi à minha amiga para vê-lo, mas não tinha intenção de adotar mais um, já que a casa tinha os meus três e mais a Guida, virinha da minha mãe. Mas sabe né? O coração tem razões que a própria razão desconhece... quando aqueles olhões encontraram os meus, foi um encontro de almas. Tenho certeza que o Bee me conhece de outras vidas e eu a ele. Tudo o que faço tem a pata dele rsrs... se estou escrevendo, crochetando ou bordando, ele está embaixo da mesa. Se estou dormindo, ao lado da cama é sempre o primeiro a me dar bom dia. Se vejo TV, está ao meu lado. Sempre, sempre, sempre. Me acompanha com aqueles olhos que me enxergam de verdade, que entendem e compreendem quem sou e o que desejo na vida. 
O Frederico foi jogado de um carro em movimento, bem na minha frente, num sexta feira que voltava do trabalho para casa. Da pequena família que estava no saco, foi o único sobrevivente daquela noite chuvosa. Recolhi um bichinho em choque da estrada, sequei como pude e dei um pedaço do sanduíche para que se alimentasse... Veio comigo no carro, agarrou-se naquele fio de esperança. É o gato mais gentil que conheço. Seu miado é baixo, seus pedidos são sempre pacientes. Se os outros gatos estão junto, aguarda complacente para ser atendido. Depois que come, bebe água ou qualquer coisa, ele agradece. Se espicha inteiro quando vê o Beethoven, seu melhor amigo, a quem cumprimenta antes de todos. É meu cobertorzinho: faça frio ou calor, pelo menos alguma parte da noite passa ao meu lado, como se quisesse me proteger. Seu ronron é a coisa mais deliciosa de se ouvir e a pata macia no meu rosto é a forma de agradecimento que ele escolheu para agradar a mamãe que ama. 
Frida é filha da Nenêga, a gata do meu irmão. Quando a conheci, decidi prontamente que ficaria com ela, pois todo mundo dizia que era feinha... rsrs... tolos! Hoje é a gata mais linda que conheço, um pelo de dar inveja a muita modelo, toda charmosa com suas escaminhas elegantes. Tem um porte maravilhoso, uma marcação linda de amarelo pelo corpinho musculoso! Sou enlouquecida por ela. Conversadeira e malcriada, não leva desaforo para casa rsrsrs... somos muito parecidas!
O Zóio é nosso "cão itinerante". Reza a lenda que tem vários nomes: Chinês, Dino, Feio... aqui em casa só o tratamos por Zóio, nome dado pelo meu primo Mauro. Vem e vai, dorme aqui às vezes, mas almoça diariamente aqui (e em outros lugares também rsrs). Tem loucura pela minha sobrinha e "se torce" todo quando me vê. É um bom cão. Aparentemente nos escolheu para passar uma temporada agora no verão, pois há 5 dias dorme todas as noites no cantinho que fizemos para ele. Um lorde!
Por fim a Jujuba. Um dia depois do aniversário do meu pai ouvi aquele chorinho de bebê-gato. Pensei ser na vizinha, mas com aquela chuvarada seria difícil ouvir o que acontecia na casa dela e já imaginei: "jogaram mais um aqui". Batata... cheguei na garagem e estava lá aquela bolinha de pelos ensopada e coberta de graxa. Nem preciso dizer que meu coração mole recolheu, deu banho e adotou, né? Os mais velhos ainda estão se adaptando à energia boa dela, aos poucos tem conquistado todo mundo. Surpreendentemente, o velho Bóris foi o primeiro a acolher. Ceguinho que é, de vez em quando tropeça nela quando sai da caminha, rola um resmungo, um rosnado e um fuzzz, mas no final das contas são bons amigos. Talvez porque a cauda do Bóris seja uma boa caminha... rsrsr...
A eles, meus filhos, peço a São Francisco toda a proteção. Temos ainda uma longa caminhada juntos!

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